A grande diferença entre um módulo de memória Rambus e um de memória DDR, e justamente o que permite aos módulos RDRAM atingir frequências de operação altíssimas, é o fato de serem divididos num número muito maior de bancos de memória. Com mais bancos, é possível manter mais bancos transferindo dados ao mesmo tempo, obtendo frequências de operação mais altas. Isto leva à segunda característica, que é ao mesmo tempo uma vantagem e desvantagem: o fato dos módulos transmitirem apenas 16 de dados bits por ciclo, enquanto os módulos DDR transmitem 64 bits. Esta limitação surge em decorrência da freqüência de operação mais alta. Se cada via de dados realiza mais transferências de dados por segundo, consequentemente também gerará mais ruído eletromagnético, ou seja, gerará mais interferência. Com isto, as vias de dados precisarão ficar mais distantes umas das outras. Já que o espaço num módulo de memória é muito restrito, a única solução foi diminuir o número de vias de dados, de 64 para apenas 16. Por outro lado, isto pode ser vantajoso do ponto de vista dos fabricantes de placas mãe, pois se os módulos de memória possuem apenas 16 vias de dados, será preciso usar menos trilhas na placa mãe, o que significa custos de desenvolvimento e produção mais baixos. Existe inclusive a possibilidade de aumentar o número de vias, de 16 para 32 e acessar dois módulos ao mesmo tempo. Com isto a velocidade de acesso a memória dobra. Cada módulo transmite dados (limite teórico) a 1.6 GB/s, então dois módulos juntos transmitirão a 3.2 GB/s. Este sistema é usado no Pentium 4, onde é necessário usar os módulos RDRAM em pares. Mais dor de cabeça, mais gastos, porém acesso à memória mais rápido. Estes 3.2 GB/s de barramento com a memória são um dos principais motivos para o Pentium 4 ser rápido no Quake 3, um jogo que depende muito da velocidade do acesso à memória, mas não ajuda tanto em outros aplicativos. Em termos de arquitetura, as memórias Rambus não são ruins, levam vantagem em alguns aspectos e perdem em outros. Poderiam ser úteis para placas de vídeo por exemplo, dividindo o mercado com as memórias DDR se não fossem dois pequenos problemas. O primeiro é naturalmente o preço bem mais elevado, um módulo RDRAM custa o dobro de um módulo DDR PC-166 e quase 4 vezes mais caro que um módulo PC-133 comum. Considerando que o Pentium 4, atualmente o único processador que usa memória Rambus, usa os módulos em pares, o custo é ainda mais alto. O segundo motivo é a própria resistência da indústria em adotar um padrão fechado. Ao contrário das memórias SDRAM e DDR, as Rambus não são um padrão aberto, mas sim propriedade da Rambus Inc. Fabricantes interessados em produzir os módulos são obrigados a pagar royalties e seguir os padrões estabelecidos pela compania. Mais custos e menos liberdade. A história mostra que os padrões abertos sempre prevaleceram sobre os fechados. Os próprios micros PC só conseguiram dominar o mercado por serem um padrão aberto. Na época em que o PC original foi lançado, pela IBM, existiam no mercado computadores muito melhores e inclusive mais baratos, o Macintosh por exemplo, mas todos proprietários, o simples "defeito" que garantiu a popularização do PC. Por que até hoje os Macs são minoria, são muito mais caros e a Apple vive passando por apertos financeiros, enquanto as companias dedicadas a vender PCs, como a Dell comemoram os lucros? Arquitetura fechada X Arquitetura aberta.
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